O que é CIPESIN?

Conheça Cidades invisíveis pessoas Incríveis

Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis é um projeto de mídia participativa que utiliza ferramentas audiovisuais para divulgar e estimular práticas solidárias e transformadoras na sociedade. É uma forma de dar voz e visibilidade a pessoas que representam uma parcela importante da população.

Esta plataforma é a consolidação de 14 anos de pesquisa e trabalhos comunitários, ela permite que diferentes lideranças em diferentes realidades, estágios de atuação e mobilização em distintas partes do globo, proporcione reflexões sobre a diversidade do mundo, por meio do desenvolvimento da tecnologia da informação.

Além disso, o projeto busca sensibilizar o público para que ele veja, pense e reflita sobre temas de fundamental importância para a construção de uma sociedade solidária, empática e resiliente.

Neste momento, o projeto Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis faz parte do projeto de pesquisa coordenado por Bianca Moro de Carvalho, na Universidade Federal do Amapá, aprovado pelo comitê de ética desta instituição em 22 de setembro de 2022 (CAAE: 63357922.0.0000.0003 )

A iniciativa em questão nasceu no âmbito das atividades de pós-doutorado com bolsa Capes, no programa de institucionalização internacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde o projeto piloto, do primeiro documentário, foi realizado em colaboração com o grupo internacional “Urbanismo Contemporâneo: redes, sistemas e processos”.

Projeto Piloto

O filme “Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis” é o primeiro documentário realizado, trata-se esforço colaborativo, e busca dar voz e visibilidade para comunidades excluídas na periferia de cidades da América Latina. 

Foram selecionados três lugares distintos do globo: Macapá, na Amazônia brasileira; Cidade Juarez, no México e Paraisópolis em São Paulo. Este documentário é parte do resultado do pós-doutorado desenvolvido por Bianca Moro de Carvalho, sob supervisão da Profa. Dra Angélica Benatti Alvim, no Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 

Ele insere-se no projeto “Cidade, Projeto e Equidade: das Linguagens e Apropriações às formas de Regulação”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que é uma bolsa de pós-doutorado, com apoio da Capes Print, que visa estimular pesquisa internacional e em rede. As entrevistas foram gravadas em Macapá, São Paulo e Cidade Juarez no bairro em que cada líder atua. 

A cidade de Macapá, capital do estado do Amapá, localizada na Amazônia Brasileira, é apresentada através da problemática dos assentamentos informais, denominados localmente de ressacas, termo local para designar área úmida. 

A produção deste documentário foi aprovada pelo comité de ética da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 19 de Janeiro de 2022 (CAAE: 53240421.3.0000.0084). É um trabalho colaborativo, dirigido por: Bianca Moro de Carvalho, Marina Erendida Contreras-Saldanã e Willian Santiago. Supervisionado pela professora Angélica Benatti Alvim.

Santana - Amapá - Brasil

Santana é o segundo maior município do estado do Amapá, que se tornou, através de seu porto, o principal escoador do minério de manganês, encontrado na década de 1940, época do antigo território federal do Amapá.
Santana possui cerca de 120 mil habitantes, e é marcado por graves problemas de falta de moradia adequada e infraestrutura. No município está localizado o bairro do Elesbão, onde vive população de origem ribeirinha, o que torna o modo de viver às margens do Rio Amazonas uma experiência peculiar: a construção das casas é realizada pela própria comunidade, sem apoio do poder público. A importância do rio no dia a dia dos moradores locais engloba desde as atividades de estaleiro até sua influência na alimentação, marcada pelo consumo do peixe e do açaí.

Macapá- Amapá – Brasil

Macapá, é a capital do estado do Amapá, localizada na foz do Rio a Amazonas na Amazônia Brasileira. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (2021), sua população atual é de cerca de 522.357 habitantes. 

O Amapá é um estado em que seu isolamento geográfico o torna um caso sui generis, pois é o única unidade da federação brasileira que não está conectado por terra à outras unidades da federação, somente é acessível através de transportes aquáticos e aéreos. A Amazônia brasileira é uma floresta, porém com cidades urbanizadas, trata-se de uma região com grande expressão de diversidade cultural e natural.

A história deste espaço é marcada pela atuação de diferentes interesses, impulsionados pelos anseios de sociedades emergentes e ciclos econômicos, onde o povoamento, para proteção do território, e criação de grandes projetos mineradores, foram determinantes na configuração das cidades atuais. Diariamente chegam a Macapá novas famílias de migrantes que estabelecem suas casas de palafita nas áreas de ressacas.

Ressaca é um nome local para designar área úmida, são terrenos alagados naturalmente e encontram-se muito próximos da melhor infraestrutura urbana da cidade, o que motiva as pessoas a estabelecerem sua moradia neste espaço impróprio para o habitat humano. Em 2010 o Instituto de Geografia e Estatísticas (IBGE), considerou ser um tipo de um tipo de uma favela. Grande parte da população que vive nas ressacas é de origem ribeirinha e pertencem, originalmente, ao interior do Estado do Amapá e ao norte do Estado do Pará, especialmente aos municípios localizados no delta no Amazonas. 

Neste documentário foi entrevistado o líder comunitário José Elenildo da Silva, mais conhecido como Munjoca. Ele atua há 40 anos como agente comunitário no Congós, bairro que está localizado nas áreas de ressacas do município de Macapá, onde predominam as palafitas. Nascido em 1959, é eletricista, segurança, instalador hidráulico.

Paraisòpolis - São Paulo - Brasil

Paraisópolis está localizada na cidade de São Paulo, a mais rica economicamente do Brasil, onde convergem fluxos de pessoas, dinheiro, mercadorias ou informação, contrastando com a realidade dos assentamentos precários existentes na cidade, que conta com 1736 favelas, segundo a Secretaria Municipal de Habitação – SEHAB (2022).

Segundo dados do último censo de 2010, em Paraisópolis vivem cerca 42.826 pessoas, porém estimativas informais apontam para mais de 100 mil habitantes. Sua origem remonta ao ano de 1921 quando a antiga Fazenda Morumbi foi loteada para a construção de um condomínio de luxo. Mas, os terrenos abandonados passaram a ser ocupados de maneira informal.

A cidade de São Paulo é apresentada pelo líder comunitário Gilson Rodrigues, um dos idealizadores do G 10, que atua em Paraisópolis. Paraisópolis demonstra ser um lugar onde as mobilizações sociais são fortemente organizadas e tem ganhado destaque nacional.      

 

Ciudad Juárez -Chihuahua - México

Cidade Juarez (México), localiza-se na fronteira com El Paso, Texas (Estados Unidos). É uma cidade industrial com mais de 1,5 milhões de habitantes. 

A dinâmica deste lugar possui um estreito vínculo entre sua função econômica, migração e questões políticas conectadas ao território. Entre 2001 e 2010 o governo apoiou a construção de mais de 150 mil moradias novas para os trabalhadores. 

Porém, em 2020 mais de 56 mil moradias na cidade estavam desabitadas. A maioria dessas habitações foram financiadas pelo Estado. 

O abandono de conjuntos habitacionais no México é elevado, até 2013, mais de 5 milhões de moradias construídas pelo Estado já haviam sido desabitadas. 

Questões referentes a falta de habitabilidade, seguranças e infraestrutura precária tem transformado essas áreas em verdadeiras cidades fantasmas.

Leticia Herrera, que vive em Cuidad Juárez, em um Conjunto de Interesse Social construído pelo Governo Mexicano, relata como é viver nestes espaços que apresenta características de assentamentos precários. Ela  é uma ativista dos direitos humanos em uma cidade de imenso simbolismo, pois está separada dos Estados Unidos por um imenso muro.

São Félix Do Coribe - Bahia - brasil

O projeto colaborativo “Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis” chegou a São Félix do Coribe, na região de caatinga do Estado da Bahia. Com população estimada em 15 mil habitantes, somente 1.4% dos lares do município têm esgotamento sanitário adequado e 95.5% de domicílios urbanos não têm infraestrutura básica, como presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio. Os dados são de 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Foi nessa cidade, a 862 km de Salvador, que o projeto entrevistou o artista plástico e luthier Francisco Antônio de Oliveira, mais conhecido como Chico Mallero.

O fotógrafo Guy Veloso revelou, com imagens e entrevistas, a importância do artista Chico Mallero na região do Sertão da Bahia.  E também a solidariedade que está presente dentro da casa do artista, aberta diariamente ao alcance de todos que a buscam. “Meu pai era carpinteiro e eu cresci dentro de um ateliê. Só estudei até o Ensino Médio, mas minha casa virou um ponto de cultura que recebe muitos estudantes e pesquisadores. As portas da Casa Mallero estão sempre abertas. Assim como eu aprendi, também quero ensinar”, explica o artista de 66 anos. 

ASSISTA NOSSOS PROJETOS

Líderes Entrevistados

Raimundo de Moraes Santos, mais conhecido com Senhor Moraes, é um líder comunitário que dedica sua vida ajudando a comunidade ribeirinha que vive em frente ao Rio Amazonas, no bairro do Elesbão, localizado no município de Santana, no estado do Amapá.

Ele transformou sua própria casa na sede da Associação de Moradores do Bairro do Elesbão (AMOBEL), onde atende a comunidade todos os dias orientados-os na busca de soluções para as dificuldades diárias.

Também é ele que procura as autoridades locais para resolver os problemas da comunidade

Raimundo Moraes

José Elenildo da Silva (Munjoca)

É um amazônida que durante 40 anos realiza serviços comunitários no bairro do Congós, na cidade de Macapá, onde existe uma imensa área de moradias de palafitas conectadas por pontes de madeira. A falta de emprego, moradia digna e serviços básicos é um desafio diário na vida dos moradores das áreas de ressacas.

Vive em Cidade Juarez em um Conjunto de Interesse Social construído pelo Governo Mexicano, e que apresenta características de assentamento precários, é uma ativista dos direitos humanos em uma cidade de imenso simbolismo, pois está separada dos Estados Unidos por um imenso muro.

Letícia Herrera

Gilson Rodrigues

Conhecido nacionalmente como “embaixador de Paraisópolis. É um dos idealizadores do G 10. Seu trabalho destaca-se pela liderança e  mobilização social fortemente organizada. Responsável pelo salto de inovação e crescimento que colocou Paraisópolis como a comunidade mais bem organizada com iniciativas para diminuir o impacto da pandemia da Covid-19.

Nascido no sertão da Bahia, ele tem importante trabalho social em sua terra natal: transformar a arte em instrumento de inclusão na vida dos jovens. Em sua própria casa ele criou um centro cultural onde são realizados saraus musicais e aulas. O baiano também vive rodeado pelas esculturas, peças artesanais de madeira, ferro, vidro, cabaças e materiais recicláveis que ele e sua família fabricam.

Chico Mallero

COLABORADORES

Angelica Tanus Benatti Alvim

Arquiteta e Urbanista e Doutora em Arquitetura e Urbanismo

Afonso Celso Vanoni de Castro

Arquiteto urbanista pela Pontifícia Universidade de Campina

Celso Aparecido Sampaio

Arquiteto e Urbanista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

Stefania Dimitrov

Arquiteta e Urbanista pela FAU-Mackenzie. Mestre em Arquitetura e Urbanismo

Grupo de Pesquisa “Urbanismo Contemporâneo: redes, sistemas e processos” da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Líderado pela professora Dra. Angélica Tanus Benatti Alvim, e pelo professor Dr.Luiz Guilherme Rivera

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Amapá

plugins premium WordPress

Bianca Moro de Carvalho:

Arquiteta e Urbanista pela Universidade da Amazônia (UNAMA). Mestre em Planejamento Urbano pela Architectural Association School of Architecture de Londres (AA). Doutora em Urbanismo pela Universidade Autónoma de México (UNAM). Professora Adjunta da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Realizou estágio de pós-doutorado como bolsista do Programa CAPES/PRINT no Programa de Pós-Graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie, dirigiu e produziu o documentário Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis.

Marina Erendida Contreras-Saldaña:

Socióloga pela Universidade Autônoma de Ciudad Juárez (UACJ), Mestre e Doutora em Planejamento Urbano pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).. Colaborou em projetos de valorização fundiária, habitabilidade e COVID-19, habitação desabitada no México, mobilidade periférica, entre outros, destacando sua atuação como assessora em metodologias de pesquisa para o desenho de estratégias de intervenção urbana e social. Suas linhas de pesquisa incluem desigualdade urbana, fronteira norte do México, migração, moradia acessível, mobilidade, urbanismo feminista e metodologias de pesquisa. Colaborou na direção do documentário Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis.

Willian Gonçalves Santiago:

Arquiteto e Urbanista pela FAU-Mackenzie. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo PPGAU/UPM com Bolsa CAPES/ PROEX. Integrante do Grupo de Pesquisa “Urbanismo Contemporâneo: redes, sistemas e processos” da UPM. Colaborou na direção do documentário Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis.

Guy Veloso

Fotógrafo, pesquisador, professor, e escritor, o tema principal de seus trabalhos é a religiosidade. Ele retrata procissões e cerimônias das cinco regiões do Brasil e até no exterior, como o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e também na Índia, quando teve a oportunidade de fotografar o líder religioso Sathya Sai Baba e Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama.

O paraense também é formado em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e suas obras fazem parte do acervo de várias instituições espalhadas pelo mundo como “Essex Collection of Art from Latin America” pertencente à Universidade de Essex, Centro Português de Fotografia no Porto, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Museu de Arte Moderna de São Paulo.

 

Willian Gonçalves Santiago:

Arquiteto e Urbanista pela FAU-Mackenzie. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo PPGAU/UPM com Bolsa CAPES/ PROEX. Integrante do Grupo de Pesquisa “Urbanismo Contemporâneo: redes, sistemas e processos” da UPM. Colaborou na direção do documentário Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis.